segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VOCAÇÃO ABRAÃO




Caro(a) internauta, ofereço-lhe aqui um pequeno roteiro para um retiro com cinco meditações. Se você deseja passar uns momentos a sós com o Senhor, tome sua Bíblia e este roteiro. Leia, medite e reze como vem proposto abaixo... não tenha pressa...deixe-se conduzir pelo Senhor! Bom retiro! Que Deus o ilumine... e não esqueça de rezar por mim, que preparei este roteiro para você, e pelo meu ministério!

I. O chamado a deixar... (Gn 12,1-9)
Leia o texto.
Observe:
a) A iniciativa é de Deus: é ele quem chama, quem toma a iniciativa: ele, que nos conhece e sabe nossas possibilidades... Ele chama e nos dá a graça para responder.
b) Responder ao chamado exige um “deixar”. Ninguém pode seguir a Deus sem primeiro deixar... vida, sonhos, famílias, determinados hábitos, projetos...
c) Dizer ”sim” a Deus, é uma bênção não somente para aquele que responde, mas para toda a Igreja e para o mundo. Dizer “sim” é tornar-se um canal de graça para os outros e para o mundo. Neste sentido, neste sim a Deus nós participamos do plano do Pai de salvar o mundo em Cristo: nosso sim é unido ao sim de Cristo!
d) A resposta de Abraão é belíssima: ele não diz nada; simplesmente levanta-se e obedece: ele parte “como o Senhor lhe disse”!
e) Partir com Deus é aceitar viver como estrangeiro, “na terra dos cananeus”... é viver como peregrino, “de acampamento em acampamento”, sempre caminhando, nunca se acomodando, nunca se dando por satisfeito... fazendo da vida “um altar ao Senhor”.
Perguntas:
a) Como tenho vivido minha vocação?
b) Tenho consciência que é uma iniciativa de Deus?
c) Tenho sido um peregrino de Deus, confiando nele, abandonando-me a ele?
d) Em que tenho me acomodado? Em que preciso “partir”, “de acampamento em acampamento”?

II. A crise... (Gn 15,1-20)
Leia o texto.
Observe:
a) Nunca se parte de uma vez por todas: é preciso partir de novo todos os dias, em cada pequena escolha, em cada situação...
b) Caminhar com Deus é ir aprendendo a respeitar seus modos, seus tempos, seus planos... tão diferentes dos nossos. É isso que Abraão terá de aprender!
c) Deus continua fiel: “Não temas... Tua recompensa será grande... serei teu escudo” – ele não muda sua promessa e sua fidelidade.
d) Mas Abraão está cansado do caminho e das demoras de Deus: “Meu Senhor, que me darás? Continuo sem filhos!” – quantas vezes parece que Deus nos deixa sem nada: tirou-nos tudo e não cumpriu a promessa...
e) Deus tira Abraão de sua tenda (de dentro de si mesmo, de sua visão estreita, de sua angústia) e o faz olhar para o alto: só quando deixamos de olhar para nós mesmos e nossos pensamentos e sentimentos, e olhamos para Deus, é que nosso coração se dilata e começamos a ver as coisas de um modo novo: Deus manda que Abraão levante o olhar! “Eu levanto os meus olhos para os montes...” (cf. Sl 120).
f) Abraão busca uma segurança: “Como saberei que vou possuir a terra? “Deus fará uma aliança com Abraão: dará uma ajuda à fé do seu amigo: os animais partidos são para que Deus e Abraão passem pelo meio, fazendo uma aliança: Abraão deixa tudo e Deus dá tudo a Abraão! Mas, como sempre, Deus demora... Abraão fica esperando, a noite cai, os abutres querem comer os animais... Abraão entra em crise.... Mas, no meio da noite, do escuro, Deus vem como uma tocha que ilumina e, sozinho, passa pelo meio das vítimas. Abraão nem precisa passar: Deus é fiel: seu amor e fidelidade não depende do nosso: ele passa sozinho!
g) Deus renova toda a promessa que fizera a Abraão! Ele é o Deus fiel!
Perguntas:
a) Sei sofrer as demoras de Deus? (cf. Eclo 2)
b) Compare a crise de Abraão coma as crises de sua vida: tenho aprendido a olhar com os olhos de Deus, a olhar para o alto... ou fico olhando para mim mesmo?
c) Tenho sabido suportar as demoras de Deus? Assim é que o Senhor nos forma...

III. Esperar contra toda a esperança... (Gn 17,1-22; 21,1-7)
Ler os textos.
Observar:
a) No primeiro texto há uma coisa impressionante: depois de vinte e cinco anos de caminho com Deus a promessa ainda não se cumpriu... caminhar com Deus exige paciência, exige amoldar-se a seus tempos e seus modos: não podemos dobrar Deus a nossos caprichos...
b) Apesar de Abrão ainda não ter nada, Deus já lhe muda o nome: de Abrão para Abraão (pai de uma multidão). Do nada Deus pode fazer surgir um povo; do nosso nada Deus pode fazer surgir uma realidade nova!
c) Abraão procura ser razoável: “Que Ismael viva na tua presença!” – quer dizer: eu já tenho Ismael com Agar... Dou-me por satisfeito!” Mas Deus vai cumprir o que prometeu: “É por Isaac, o filho da velha e estéril, que Abraão terá descendência!” Onde não há vida, onde não há esperança, Deus faz surgir vida e esperança...
d) Na alegria de Abraão pelo nascimento de Isaac está prefigurado o nascimento do verdadeiro Isaac – o Cristo (cf. Jo 8,56).
Perguntas:
a) Do meu nada, Deus pode fazer maravilhas. Creio nisso? Creio e espero em Deus, que é maior que eu mesmo? Coloco minha certeza em Deus ou nas minhas possibilidades?
b) Abraão tem uma lógica (a de Ismael), Deus tem outra (a de Isaac)... Estou disposto a deixar minha lógica pela de Deus... como Abraão fez?

IV. O amigo íntimo (Gn 18,16-33)
Leia o texto.
Observe:
a) Depois de se abandonar a Deus e caminhar com ele, Deus o considera como um amigo do qual não se pode ocultar nada. Quando nos tornamos amigos de Deus, começamos a compreender seus desígnios e sua vontade.
b) A oração do amigo de Deus é ousada, íntima e confiante. E Deus a escuta!
c) Aquele que se torna amigo de Deus, torna-se misericordioso, sensível, preocupado com os outros, mesmo com os distantes “de Sodoma e Gomorra”. Uma espiritualidade individualista e egocêntrica, é falsa!
Perguntas:
a) Como vai minha vida de oração? Procuro a intimidade com Deus? Sei fazer silêncio diante dele?
b) Minha oração tem a preocupação pelos outros, pela Igreja e pela humanidade?
c) Preocupo-me com os pecadores e os que ainda não encontraram o Deus verdadeiro, Deus de Abraão e de Jesus Cristo?

V. A última prova (Gn 22,1-18)
Ler o texto.
Observar:
a) Jamais o nosso caminho com Deus termina: é necessário continuar crescendo, caminhando...
b) É impressionante como Deus quer tudo, nos quer totalmente: “Toma teu filho... teu único..., que amas... oferece em holocausto”...
c) A atitude de Abraão é bela: ele não contesta, não diz nada... simplesmente obedece, confiando em Deus: ele haverá de providenciar uma solução, um cordeiro para o sacrifício!
d) No terceiro dia Abraão chega ao lugar... o lugar onde Isaac, praticamente morto, vai “ressuscitar” pela intervenção de Deus... como o novo Isaac, Cristo, o cordeiro que Deus providenciou, seu Filho único, que ele ama e entregou até à morte pela descendência de Abraão... que ao terceiro dia, ressuscitou!
Perguntas:
a) Quais os meus isascs? Estou disposto a sacrificá-los a Deus, sabendo que Deus deu-me tudo?
b) Como vão minha fé e abandono? Como o de Abraão? Ou busco apoios humanos, compensações humanas, muletas humanas?
c) Tenho consciência que Cristo, o verdadeiro Isaac, é minha verdadeira e única riqueza?
Conclusão:
Abraão é o pai e modelo dos crentes. Todo aquele que caminha com Deus deve estar pronto a fazer a peregrinação de Abraão. Que eu retome minha fé, minha confiança no Senhor... e siga adiante, confiando nele e não em mim mesmo! Deus é fiel, completará o que começou em mim e cumprirá sua promessa! Para isso mi chamou!
Assim foi com Maria, filha de Abraão e modelo de todo cristão... assim será comigo!

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